quarta-feira, 5 de junho de 2013

Nada se perde tudo se transforma

Metamorfose. Esse é o lema da Artempapel, que atua desde 1996 com mobiles - dobraduras convencionais, customizadas e adaptadas como  a dobra do guarda chuva que se transforma na saia da bailarina.

Idealizada por André Simmank, artista plástico e Meire Akamine, arquiteta, a marca trabalha com o reaproveitamento e o reuso como escopo. "Digamos que a sustentabilidade sempre fez parte dessa trajetória", diz André.

Antes da Artempapel, o casal trabalhou com arquitetura conceituando espaços comerciais. "No final da obra notávamos que sempre tinha muita sobra de materiais nobres: metais e madeiras que geralmente eram descartados na caçamba de entulhos - ficávamos indignados com aquela cena -  e foi de onde surgiu a ideia de transformar, reaproveitando para um detalhe na vitrine. A partir dai trocamos os projetos arquitetônicos por um ateliê em Pinheiros para colocar em prática as nossas ideias e ideais. Adotamos o origami (dobradura) para complementar e harmonizar com outros materiais usando-os na forma original ou fazendo uma releitura, como o lírio que serviu de base para o anjo e a dobradura do guarda chuva para a saia da bailarina", explica.

Muita inspiração e afinidade com o material faz parte do trabalho da empresa. "Comercialmente produzimos mais peças com origami (dobraduras): mobiles de tsurus, arranjos com dobraduras de lírio na base de madeira e cachepos de dobraduras de tulipas (instalações de parede). Os mais vendidos são o lírio na base de madeira e mobiles diversos", diz.
Com um contraste entre o rústico e o nobre, os artistas escolheram o desafio do contra fluxo da industrialização e massificação como modo de atuação diante do mercado ao utilizar papéis diversos (desde kraft até os sofisticados metalizados ou vegetal colorido), reaproveitamento de materiais: base de madeira proveniente de desmanches ou caçambas, reuso de sucata de papel como caixa de ovo, etc.

Utilizando um galpão para armazenar e explorar os materiais, quando não se trata de encomenda, a dupla sai no garimpo. "Tentamos poética e esteticamente, harmonizar todos os "lixos"garimpados", revela.

A grandiosidade do trabalho realizado pela empresa já teve momentos muito especiais. "Fomos convidados para expor em um castelo na Alemanha. Foram duas exposições individuais. Foi muito gratificante", afirma.
Dentro de uma realidade em que as pessoas estão mais apaixonadas por objetos de decoração, o artista acredita que isso aconteça por uma questão de identidade e por traduzir um estilo de vida. Para ele, os produtos da Artempapel representam "Uma transformação singelamente harmoniosa", finaliza.