sexta-feira, 19 de abril de 2013

Artista traz produtos com temáticas divertidas


Com uma proposta voltada para sustentabilidade, simplicidade e beleza, o Estúdio Curamu idealizado por Yvoty Macambira, tem como slogan a frase: "O seu cotidiano mais divertido!"

Estando no mercado desde 1990, o Estúdio era anteriormente focado na produção gráfica. Curamu é inspirado em uma árvore da Amazônia que combina também com o nome e sobrenome da artista, com origem indígena.

Formada em Artes  Plásticas na FAAP, mestrado e Doutorado na Eca/USP, Yvoty sempre trabalhou com imagens, seja na produção de figurinos, gravuras, pinturas ou artes gráficas. "Durante onze anos trabalhei na Secretaria Municipal de Cultura onde  fiz pesquisas em Artes Plásticas e curadorias de exposições. Paralelamente dei aulas em quase todos os níveis do ensino, da pré escola a pós graduação, sempre nas disciplinas afeitas às artes visuais", explica.

A artista, que sempre adorou design por ser um campo vasto, dava aulas em cursos de Desenho Industrial. "Naturalmente comecei fazendo uma peça ou outra, mais para me divertir, mas a coisa cresceu e percebi que poderia fazer, ou customizar, objetos profissionalmente", diz.



Um mundo de possibilidades

Com tanta inspiração, Yvoty continuou desenvolvendo seus trabalhos inspirados na vida contemporânea. "Temos um dia a dia duro, poluído, cheio de transito, pressa, barulho... Penso que um ambiente em casa, divertido, informal, bonito, mas descompromissado, pode ajudar muito a atenuar nossa vida. Procuro fazer objetos de boa qualidade, fáceis de usar, limpar e conservar, nada de cristais delicados, tecidos que precisam ser lavados cuidadosamente, prataria. Adoro tudo isso, mas o nosso cotidiano não permite usá-los. Nem por isso devemos deixar os objetos bonitos só para os dias de grandes festas. Todo dia deve ser especial e nada como viver num ambiente bonito e agradável, comer sobre uma mesa bem posta, etc.", ressalta.

Entre as diversas opções de produtos oferecidos pelo Estúdio estão os objetos Vintage. "Temos uma linha de potes  de cerâmica, panos de prato, vidros e tecido que reproduzem marcas famosas de produtos, em geral alimentícios, mais conhecidas e queridas das pessoas. Fazemos  homenagem ao Queijo Catupiry, Manteiga Aviação, Sal Cisne e outras marcas que estão gravadas na memória afetiva das pessoas e fazem parte de nosso imaginário visual. Acredito que o sucesso desses produtos se deve justamente aos momentos felizes a que eles nos remetem, a nossa infância, aos entes queridos; o pudim de leite condensado da avó, o mingau de Maizena que nossas mães faziam, muito tempo depois de deixarmos de ser bebês, "só para matar a saudade", os drops Dulcora "embrulhadinhos um a um", e o queijo Catupiry, quem não sonha acordado com uma bela moranga recheada de Catupiry com camarões?", destaca.

Com produtos  que compõe peças utilitárias industrializadas e customizadas, a artista também oferece produtos sobre encomenda, além de presentes institucionais.           "Sempre que somos solicitados, desenvolvemos ou, adaptamos nossos produtos, para empresas. Fizemos produtos para a loja do SESC, empregando fotos do acervo deles, almofadas, pesos para portas, etc.", revela.

Entre os de produtos oferecidas pelo Estúdio estão peças feitas em vidro, porcelana, cerâmica e tecidos com diversos temas. "No site temos as linhas de produtos feitos com esses materiais: "Encontro" , "Como Cão e Gato", "Passo Doble", "Brasileiras", "Finas Festas", "Vintage" e uma nova, a ser lançada no segundo semestre, ainda sem nome. Serão produtos com cenas brasileiras", diz.

Inspiração para novos artistas

Além das opções de produtos oferecidas pelo Curamu, o espaço se destaca pelo contato com estudantes. "Procuro acolhe-los como estagiários aqui no estúdio. Mesmo no tempo das artes gráficas já recrutava estudantes nas faculdades onde dei aulas, para trabalhar comigo. A faculdade é indispensável, mas a prática a complementa. A maioria desses agora, novos profissionais, se mantém em contato comigo e estão evoluindo muito bem em suas carreiras. Todos prestaram uma ajuda inestimável e na medida do possível procuro estimular a produção deles. Só para exemplificar, tive ajuda de Nayra Schall, aluna de desenho industrial das Faculdades Oswaldo Cruz, que desenvolveu desenhos para uma coleção com os personagens do jogo do bicho. Desenvolvi junto com Eder Saos  as linhas “Encontro” e “Futebol”, Priscilla Wong desenhou pratos das festas religiosas judaicas, todos esses produtos  tem a co-autoria desses estagiários", aborda.

Toda a criatividade desenvolvida dentro do espaço repleto no conceito e elaboração de cada produto. "Estes conceitos estão impregnados na minha experiência e intuição. Tenho premissas para fazer um produto ou lançar uma linha. Com já citei, quero produtos, bonitos, de qualidade, que não sejam absurdamente caros e muito menos descartáveis. Mas não fico presa a conceitos ou preconceitos. Cumaru é uma empresa muito pequena, ainda, conta com poucos recursos financeiros, então as ideias vem, a gente produz  uma pequena quantidade, mostra para os clientes através da Internet ou das Feiras de Design que participamos e constatamos a aceitação ou não. Muito “conceito" acaba embotando as ideias, é preciso deixar a imaginação correr bem solta", finaliza.