segunda-feira, 29 de abril de 2013

Rubens Dittrich traz peças com conceito minimalista


Quem é que já viu pequenos objetos como cadeiras em miniaturas usadas na decoração de uma mesa ou estante e se apaixonou? Além da beleza, elas representam um gesto de carinho na hora de presentear uma pessoa querida. "Acredito ser de fácil acesso, representam uma ideologia, porque se for verificar cada peça conta uma mensagem e está ligada a algum fato histórico relevante à arquitetura mundial", diz Rubens Dittrich, designer criador de objetos em miniatura. 

Estando no mercado de criação de objetos de arte desde 1990, Rubens teve que abrir mão do emprego na empresa Forma. Trabalhava período integral e nas horas vagas produzia peças. Porém, com o grande aumento da produção, teve que pedir demissão - que não foi aceita. "Entrei em acordo com meu superior para trabalhar meio período, o que não causou boa impressão a nova diretoria quando a empresa foi vendida para o Grupo Giroflex. Ainda permaneci por alguns anos após a compra. Quando houve  um corte coletivo, sai e hoje tenho todo tempo dedicado ao meu trabalho. As coisas só estão dando certo porque tem a mão de Deus, tenho a instrução, busco inovações e coloco meu coração", destaca.

Para chegar ao trabalho atual, o artista passou por uma formação diversificada. "Fiz Mecânica de Precisão no Senai Suiço-Brasileira, Engenharia Mecânica na UNIP, mas não me formei em Ciências Contábeis, porque depois que montei meu próprio negócio, a dificuldade financeira e fiscal me atrapalhava. Para poder acertar melhor as coisas, cursei Contabilidade. Fiz estágio na indústria da Informação, elaborando mecanismos e protótipos para impressoras matriciais. Mas meu primeiro emprego foi na Forma S/A Móveis e Objetos de Arte, que agora faz parte do Grupo Ambev. Eu era o responsável pela elaboração dos protótipos e nacionalização dos produtos para fabricação no Brasil. Em geral, eu revia os projetos e produtos e os adaptava aos materiais que tínhamos disponíveis", explica.

Atualmente, Rubens tem um estúdio em sua casa onde foca na produção das peças. "Minha habilidade principal não é nas miniaturas, mas em objetos.  Acabei me adaptando e o mercado aceita bem os produtos. Considero minha habilidade maior a de solução de mecanismos e seus processos de fabricação", diz.

Criação em grande estilo

Considerando-se como "adepto do Minimalismo", o designer foca suas peças valorizando as pequenas coisas. "Quando a ideia das miniaturas apareceu e comecei a produzir, descobri que a Vitra,  Alemanha,  também faz as maquetes, porém em uma escala 1:6 a 1:8. Penso ser um objeto grande para decorar uma mesa ou estante, pois é uma peça com muito destaque pelo tamanho, enquanto que minha intenção é ficar na escala de 1:10 a 1:12. Acredito ser uma escala delicada o suficiente sem perder os detalhes e qualidade.  Sempre faço uma brincadeira: "senão consegue comprar uma grande, compre uma pequena", destaca.

As peças são produzidas em madeira, resina acrílica, poliéster, latão, cobre, mármore, couro natural e sintético, borracha, silicone, diversos  tipos de colas técnicas como Poliuretanos, Cianocrialatos e Bi componentes. "O processo de criação é o básico. Com um produto ou ideia vou para o computador desenhar já tendo em vista o melhor processo na fabricação e escolhendo os materiais que podem se adaptar melhor. Por exemplo, as mesas Sarrinen feitas em mármore Carrara e Nero Marchina eram feitas em Corian, da Dupont, mas é um plástico que não representava bem o produto. Mais tarde optei pelo mármore na espessura que deixa as peças "quase transparentes", que tem o custo muito elevado. Mas não existe outro material que possa representar bem aquelas mesas," revela.


Sugestões de presente

Inspirado no conceito dos arquitetos e clientes, os produtos solicitados para o artista geralmente se enquadram na limpeza, simplicidade e curvas. "O Minimalismo é o forte. Todos os clientes que pedem peças ou miniaturas veêm em meus produtos essa tendência e acabamos optando por esse conceito", diz.

Entre os produtos mais vendidos estão os dos arquitetos famosos, Mies Van Der Rohe, Marcel Breuer, Eero Saarinen, até os brasileiros Paulo Mendes da Rocha e Flavio de Carvalho.  "Ambos sob licença da Futon Company, que os representa nos produtos de escala real. Minhas próprias criações não foram bem aceitas, porque acabei descobrindo que meus clientes não compram uma "miniatura", compram o conceito que o arquiteto que desenhou as linhas quis mostrar. Faço serviços que acabam em um único lote, para clientes que tem intenção de brinde, por exemplo. Mesmo sendo peças de bons conceitos não satisfazem os desejos dos meus clientes ou porque são exclusivos. Assumi uma linha de miniaturas de móveis, para manter o negócio em andamento", afirma e ainda destaca: "Cada Miniatura tem uma linha, e cor também, que pode se adaptar a qualquer ambiente. Sempre indico peças para compor as coleções de alguns clientes fieis que não entrem em conflito entre elas, mudando cores e até a posição na estante ou mesa. Tenho um cliente que coleciona todas minhas cadeirinhas, e sempre comprava pretas. Para harmonizar sua coleção, indiquei brancas e algumas coloridas. Fez toda a diferença."

Para finalizar, Rubens defini seu trabalho em uma única frase: "Minhas cadeirinhas levam meu Nome, minha dedicação e trabalho, o que prezo muito."





sexta-feira, 19 de abril de 2013

Artista traz produtos com temáticas divertidas


Com uma proposta voltada para sustentabilidade, simplicidade e beleza, o Estúdio Curamu idealizado por Yvoty Macambira, tem como slogan a frase: "O seu cotidiano mais divertido!"

Estando no mercado desde 1990, o Estúdio era anteriormente focado na produção gráfica. Curamu é inspirado em uma árvore da Amazônia que combina também com o nome e sobrenome da artista, com origem indígena.

Formada em Artes  Plásticas na FAAP, mestrado e Doutorado na Eca/USP, Yvoty sempre trabalhou com imagens, seja na produção de figurinos, gravuras, pinturas ou artes gráficas. "Durante onze anos trabalhei na Secretaria Municipal de Cultura onde  fiz pesquisas em Artes Plásticas e curadorias de exposições. Paralelamente dei aulas em quase todos os níveis do ensino, da pré escola a pós graduação, sempre nas disciplinas afeitas às artes visuais", explica.

A artista, que sempre adorou design por ser um campo vasto, dava aulas em cursos de Desenho Industrial. "Naturalmente comecei fazendo uma peça ou outra, mais para me divertir, mas a coisa cresceu e percebi que poderia fazer, ou customizar, objetos profissionalmente", diz.



Um mundo de possibilidades

Com tanta inspiração, Yvoty continuou desenvolvendo seus trabalhos inspirados na vida contemporânea. "Temos um dia a dia duro, poluído, cheio de transito, pressa, barulho... Penso que um ambiente em casa, divertido, informal, bonito, mas descompromissado, pode ajudar muito a atenuar nossa vida. Procuro fazer objetos de boa qualidade, fáceis de usar, limpar e conservar, nada de cristais delicados, tecidos que precisam ser lavados cuidadosamente, prataria. Adoro tudo isso, mas o nosso cotidiano não permite usá-los. Nem por isso devemos deixar os objetos bonitos só para os dias de grandes festas. Todo dia deve ser especial e nada como viver num ambiente bonito e agradável, comer sobre uma mesa bem posta, etc.", ressalta.

Entre as diversas opções de produtos oferecidos pelo Estúdio estão os objetos Vintage. "Temos uma linha de potes  de cerâmica, panos de prato, vidros e tecido que reproduzem marcas famosas de produtos, em geral alimentícios, mais conhecidas e queridas das pessoas. Fazemos  homenagem ao Queijo Catupiry, Manteiga Aviação, Sal Cisne e outras marcas que estão gravadas na memória afetiva das pessoas e fazem parte de nosso imaginário visual. Acredito que o sucesso desses produtos se deve justamente aos momentos felizes a que eles nos remetem, a nossa infância, aos entes queridos; o pudim de leite condensado da avó, o mingau de Maizena que nossas mães faziam, muito tempo depois de deixarmos de ser bebês, "só para matar a saudade", os drops Dulcora "embrulhadinhos um a um", e o queijo Catupiry, quem não sonha acordado com uma bela moranga recheada de Catupiry com camarões?", destaca.

Com produtos  que compõe peças utilitárias industrializadas e customizadas, a artista também oferece produtos sobre encomenda, além de presentes institucionais.           "Sempre que somos solicitados, desenvolvemos ou, adaptamos nossos produtos, para empresas. Fizemos produtos para a loja do SESC, empregando fotos do acervo deles, almofadas, pesos para portas, etc.", revela.

Entre os de produtos oferecidas pelo Estúdio estão peças feitas em vidro, porcelana, cerâmica e tecidos com diversos temas. "No site temos as linhas de produtos feitos com esses materiais: "Encontro" , "Como Cão e Gato", "Passo Doble", "Brasileiras", "Finas Festas", "Vintage" e uma nova, a ser lançada no segundo semestre, ainda sem nome. Serão produtos com cenas brasileiras", diz.

Inspiração para novos artistas

Além das opções de produtos oferecidas pelo Curamu, o espaço se destaca pelo contato com estudantes. "Procuro acolhe-los como estagiários aqui no estúdio. Mesmo no tempo das artes gráficas já recrutava estudantes nas faculdades onde dei aulas, para trabalhar comigo. A faculdade é indispensável, mas a prática a complementa. A maioria desses agora, novos profissionais, se mantém em contato comigo e estão evoluindo muito bem em suas carreiras. Todos prestaram uma ajuda inestimável e na medida do possível procuro estimular a produção deles. Só para exemplificar, tive ajuda de Nayra Schall, aluna de desenho industrial das Faculdades Oswaldo Cruz, que desenvolveu desenhos para uma coleção com os personagens do jogo do bicho. Desenvolvi junto com Eder Saos  as linhas “Encontro” e “Futebol”, Priscilla Wong desenhou pratos das festas religiosas judaicas, todos esses produtos  tem a co-autoria desses estagiários", aborda.

Toda a criatividade desenvolvida dentro do espaço repleto no conceito e elaboração de cada produto. "Estes conceitos estão impregnados na minha experiência e intuição. Tenho premissas para fazer um produto ou lançar uma linha. Com já citei, quero produtos, bonitos, de qualidade, que não sejam absurdamente caros e muito menos descartáveis. Mas não fico presa a conceitos ou preconceitos. Cumaru é uma empresa muito pequena, ainda, conta com poucos recursos financeiros, então as ideias vem, a gente produz  uma pequena quantidade, mostra para os clientes através da Internet ou das Feiras de Design que participamos e constatamos a aceitação ou não. Muito “conceito" acaba embotando as ideias, é preciso deixar a imaginação correr bem solta", finaliza.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Cut!Design inova nos detalhes


Grandes ideias surgem em momentos inusitados. É o que aconteceu com a designer Rute Reitzfeld fundadora da Cut!Design. "Um dia, isso foi em 2002, fiz uma festa e queria servir um bolo e procurei uma pá, espátula, faca ou algo que pudesse cortar esse bolo e que ao mesmo tempo, desse um toque interessante à mesa de sobremesa. Procurei muito e não achei. Peguei a espátula do faqueiro que tenho desde o meu casamento e assim resolvi o problema. Mas isso ficou na minha cabeça quando tive a ideia de criar algo que fosse utilitário mas com bom gosto e que pudesse dar um toque diferente ao servir", explica.

Após esse episódio surgiu em 2003 a Cut!Design, que passou por muita pesquisa para definir o processo de criação. "Desde então, continuo sempre criando objetos diferentes mas que entrem na linha do utilitário com desenho bacana. Acho que com esse trabalho consegui juntar essas duas coisas que gosto: o design e o contato com as pessoas", ressalta.
Formada em psicologia, a artista já trabalhou em diversas áreas como hospital, academia, decoração e com um escultor. "Sempre gostei muito do contato com pessoas e sempre fui muito ligada a design, objetos diferentes ,enfim acessórios para casa", diz.

Sempre em busca de qualidade e humor, os produtos da Cut!Design agradam na hora de servir uma salada ou pegar frios, por serem objetos diferentes e criativos. "Gosto muito de bichos e flores. Às vezes penso nos desenhos primeiro e às vezes o contrário. Penso no produto e tento casá-lo com o desenho. A criação é interessante porque quando o objeto fica pronto, muitas vezes nem lembro de onde parti para chegar no resultado.... Muitas vezes o resultado é legal, em outras, mesmo depois de muito trabalhado, não dá certo. Isso acontece", evidencia.  

Mesmo não seguindo as tendências da moda, a marca se destaca pelas linhas desenvolvidas pela artista. Um exemplo são os misturadores de caipirinha com motivos de peixe, cavalo marinho, rabo e baleia, que melhor se encaixam no verão. Há também produtos como os garfinhos para fondue que são mais usados no inverno. Tendo em sua maioria temáticas atemporais, os produtos da Cut também são vendidos no mundo corporativo. "Desenvolvo para empresas desenhos e peças exclusivas. Fiz um abridor de garrafas no formato de um martelo com o logo da empresa, como presente para uma empresa de leilões. Fiz uma caixa personalizada com acessórios para vinho (isso era importado) e coloquei junto um abridor e ficou bem legal", revela.

Com detalhes inovadores, a artista finaliza definindo a marca como "Humor e design em peças utilitárias."


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Cau Almeida e os traços refinados


Com  recortes em aço carbono executados por meio da precisão do laser, as peças criadas pelo designer Cau Almeida têm uma "cara" bem gráfica. "Quando iniciei com produtos foi bem por acaso, com coisas que fazia para amigos e clientes. Então o que fazia no computador acabou ganhando “vida” e virou produto", explica o artista.

Entre suas criações estão objetos que deixam qualquer ambiente alegre e descontraído. "Os bonecos “strokes”, que fazia em tamanho de “gente”, são os bonecos palito que as crianças desenham, porém com um traço adulto. Depois eles viraram produtos: apoios de livro, esculturas, marcadores de páginas, louças, etc.", ressalta.

Formado em publicidade, Cau trabalhou em diversas agências como Diretor de Arte trazendo para seu trabalho atual, muita inspiração e criatividade. "Para as árvores, por exemplo, sempre gostei da Árvore da Vida do Klimt. Então fiz uma versão em metal, e depois partindo dessa, outras opções/desenhos, todas inspiradas no Klimt", diz.

As obras criadas pelo designer ganham destaque pela forte presença do preto e branco. "Acho que isso também vem do design gráfico. Sempre que criava um logotipo, por exemplo, antes “pensava” nele em preto e branco. E também quando lancei os bonecos palito eles “deveriam” ser pretos uma vez que “Strokes” é traço a lápis", revela. 

Tantas sugestões de presentes oferecidas pelo artista são profundamente agradáveis para quem procura algo inovador. "É bacana ter ou dar algo diferente, algo que você goste, que tenha sua cara ou que diga algo para você. Seja um objeto, roupa, restaurante... É sempre bom ter, descobrir, procurar coisas novas e surpreendentes", afirma.

Para um artista, o resultado de uma boa criação vem da paixão e empenho ao expressar o seu conceito através de uma obra. "  Adoro o que faço..simples..rs!!", Finaliza.

Produtos Cau Almeida que você encontra na Fina Estampa.